Pix: o que é e qual o seu potencial nos serviços financeiros?
Por Leonardo Reis Vilela
30 setembro 2020 - 09:21 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:35
As novas tecnologias têm estimulado os serviços financeiros a repensarem suas operações, principalmente devido ao aumento da demanda dos clientes por soluções mais simples, rápidas, seguras e econômicas. O esforço do Banco Central do Brasil (BCB) para responder a esse desafio se consolidou em uma palavra que será ouvida muitas vezes nos próximos anos: Pix.
E, enquanto instituições financeiras atualizadas usam tecnologia para otimizar suas atividades e alcançar melhores resultados, empresas sem estratégias de inovação perderão oportunidades preciosas.
Mas o que é o Pix e o que ele vai mudar na vida tanto de pessoas físicas como instituições? Prossiga a leitura para descobrir.
O que é Pix?
Poucas vezes três letras carregaram uma responsabilidade tão grande e revolucionária. O Pix, não é uma sigla, mas sim um termo criado para associar a conceitos inovadores como tecnologia, transação e pixel.
O seu princípio é ter uma utilização tão simples como conversar em uma rede social – daí o nome. Esse sistema, desenvolvido pelo Banco Central, permitirá que os brasileiros façam e recebam pagamentos e transferências eletrônicas em poucos segundos, a qualquer hora do dia e para qualquer instituição financeira.
O Pix terá forte impacto na economia nacional e é uma importante iniciativa para trazer uma forma eficiente de administrar as operações dos serviços financeiros. Também facilita a inclusão dessa tecnologia no dia a dia, desenvolvendo um ambiente mais ágil e competitivo.
No desenvolvimento do Pix, o Banco Central considerou os principais conceitos e tecnologias de pagamentos instantâneos, como Open Banking e QR Code, e sua competência para consolidar informações sobre as principais instituições financeiras do País.
Em julho, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, informou a antecipação do cadastro de empresas e usuários no Pix. A data passou para 5 de outubro. Seguindo o calendário do BC, o dia 3 de novembro marcará o início da operação restrita do PIX e, em 16 de novembro, será o lançamento do sistema para toda a população.
Quem vai participar do Pix
Todas as instituições financeiras brasileiras podem participar. E o BC estruturou o ecossistema de pagamentos instantâneos classificando os participantes de acordo com suas ações e necessidades.
- Participantes diretos: são as instituições financeiras ou de pagamento que possuem conta no Banco Central. Normalmente são os bancos com maior receita ou um total de clientes. As instituições com, no mínimo, 500 mil contas ativas (considerando contas de depósito à vista, poupança e pré-pagamento) devem aderir ao Pix.
- Participantes indiretos: ainda não possuem conta no Banco Central e precisam interagir com os participantes diretos para cadastrar suas movimentações na plataforma principal, denominada infraestrutura de liquidação.
Este novo processo deverá ser apoiado pelas fintechs, que ficarão responsáveis por conectar os pagamentos dos clientes às instituições financeiras, mesmo aquelas em que o cliente não tenha conta.
O formato de classificação não tem como objetivo dividir, mas sim unir para que cada participante possa contribuir para o desenvolvimento de soluções de pagamentos instantâneos e suas inúmeras oportunidades.
O que vai mudar com o Pix
Para que fique claro, o Pix não é um aplicativo do Banco Central. Ele é um sistema que permitirá realizar pagamentos instantâneos e será integrado a aplicativos de fintechs, bancos, pagamentos e instituições financeiras.
O início da sua operação trará mais competitividade aos serviços financeiros. Algumas melhorias incluem transferências financeiras mais rápidas e fáceis, pagamento de faturas, redução de despesas administrativas e melhor comunicação entre contas de diferentes bancos e empresas, 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Transferências, pagamentos de contas e boletos, impostos e taxas de serviços (como emissão de passaporte, por exemplo) estão entre as operações que serão viabilizadas. O Pix será habilitado por meio de:
- Códigos QR;
- Chaves de endereço;
- Preenchimento das informações manualmente;
- Pagamentos por proximidade.
Para finalizar uma compra com QR Code, o usuário acessa o aplicativo de sua instituição e clica na opção de pagamento instantâneo, indicada como Pix. O usuário então escaneia o QR Code criado pelo receptor. Os dados do receptor serão exibidos na tela do smartphone e o usuário confirma a transação.
Já os pagamentos com chaves de endereço ocorrerão de maneira semelhante. Porém, em vez de escanear o QR Code, o usuário seleciona a chave para identificar o destinatário – seja o número do celular, e-mail ou CPF ou CNPJ. Como ocorre com o QR Code, os dados do receptor aparecem na tela do smartphone para confirmação.
Benefícios do Pix
Um dos principais motivos para acreditar no potencial do Pix é a possibilidade de incluir a população sem conta bancária no sistema financeiro. Pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva apurou que, no Brasil, há mais de 45 milhões de brasileiros sem conta em banco, população que movimenta mais de R$ 800 bilhões na economia.
Lógico que o sistema bancário brasileiro tem lacunas quando o assunto são meios de pagamento, o que faz com que uma grande parte dessas pessoas não confiem nos serviços financeiros atuais para abrir uma conta. Outros motivos são as altas taxas de manutenção de uma conta e de um cartão de crédito.
Ao criar uma nova forma de pagamento que tira a necessidade de lidar com os bancos tradicionais, é possível trazer essas pessoas para o sistema financeiro e legitimar a forma como movimentam o dinheiro, reduzindo o custo de manutenção do papel-moeda em circulação.
Outra questão é que os pagamentos instantâneos oferecem muitos benefícios para o mercado brasileiro atual. Eles custarão menos, uma vez que não há necessidade de que adquirentes, cartões ou emissores participem do acordo.
A transação acontece em tempo real, o que é um avanço em relação ao principal método alternativo de pagamento (Boleto Bancário). Ele permitirá a interoperabilidade entre as instituições que usam QR Code como método de pagamento e não exige que o usuário final tenha uma conta bancária.
O Pix também mudará a realidade do comércio eletrônico no Brasil. A jornada de pagamento será a mesma dos pagamentos na loja: o cliente seleciona a opção Pix na página de checkout, abre o aplicativo de sua instituição financeira e segue as etapas. Como a liquidação ocorre em um instante, o pedido é confirmado no mesmo dia e poderá ser entregue mais rapidamente.
A disponibilização do Pix tem o potencial para transformar a maneira como o brasileiro lida com o dinheiro. Quer conhecer mais sobre o mercado financeiro? Então não deixe de continuar lendo o blog da Cedro Technologies!
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