Novas regras favorecem abertura de conta digital e inclusão bancária
Por Vitor Precioso
27 março 2020 - 14:23 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:38
A abertura de conta digital já é uma tendência no setor financeiro, tendo impacto cada vez maior das fintechs e dos bancos digitais. Com isso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estipulou regras atualizadas para que os novos players e os bancos tradicionais atuem nas mesmas condições, expandindo a inclusão bancária.
Estamos falando da resolução 4.753, que já está em vigor desde 1º de janeiro de 2020. Como os hábitos dos consumidores estão diferentes, foi preciso pensar em modernizar e tornar mais inteligente a relação entre clientes e bancos.
O relatório “The Millennial Disruption Index” produzido em 2013 pela Viacom mostrou que, já naquela época, um entre três clientes estava propenso a mudar de banco em 90 dias, por não ver nenhum diferencial entre as instituições financeiras.
Foi nesse contexto que as fintechs e os bancos digitais ganharam força, reinventando todo o sistema com serviços mais práticos e ágeis. A abertura de conta digital pode ser feita em questão de poucos minutos no conforto da própria casa, como mostra um levantamento da J.P. Morgan.
Os hábitos do consumidor mudaram e essa adaptação das regras ajuda a regulamentar todo o processo de abertura, manutenção e encerramento de contas nesse novo cenário. Mas o que exatamente muda na nova regulamentação do CMN? Reunimos informações disponibilizadas pela Febrabran para explicar esse contexto. Confira a seguir!
Quais são as novas regras?
A criação da resolução 4.753 traz mudanças para todos os tipos de inclusão bancária de depósito, seja poupança, corrente ou salário. Das normas padrão, dez delas foram revogadas, desabilitando, por exemplo, a exigência de documentação específica para a abertura de cadastro bancário.
Com a queda das resoluções 2.025/93 e 4.480/16, agora as agências não mais precisam seguir as especificações do CMN nesse quesito. O próprio banco se encarrega de definir suas políticas de negócios, podendo basear a documentação de acordo com o perfil do consumidor.
Ao ficarem livres para determinar como capturar os dados, as instituições financeiras também poderão se beneficiar de tecnologias modernas para esse fim. Em vez dos documentos físicos tradicionais, elas poderão liberar o uso de georreferenciamento, redes sociais e reconhecimento facial para comprovar a identificação do cliente.
As regras faziam parte de dez resoluções revogadas diante da 4.753. Os bancos também ficaram livres para encerrar o relacionamento com o cliente diante de irregularidades nos dados informados na validação cadastral.
O consumidor também ganha vantagens para encerrar sua conta, podendo fazê-lo por qualquer canal disponível pela instituição — com exceção das linhas telefônicas. Dessa forma, os bancos precisam disponibilizar a opção nos canais digitais, como aplicativos móveis e página oficial na internet.
Isso permite que o cliente possa fechar o cadastro pelo mesmo canal por onde fez a abertura de conta digital. Além disso, a nova regulamentação define um prazo de 30 dias para o fechamento da conta após a solicitação do consumidor.
As mudanças ajudam a encaixar antigos e novos players na mesma regulamentação, proporcionando uma concorrência mais igualitária entre bancos tradicionais, fintechs e bancos digitais.
Como elas darão mais chances para aumentar a bancarização?
As novas regras da resolução 4.753 abrem margem para facilitar a bancarização. Elas permitem aos bancos expandirem seus serviços para toda a população, incluindo a parcela mais impactada pela pobreza.
Com a desobrigação de apresentar certos documentos, fica muito mais fácil para realizar a abertura de contas. O processo se torna mais amigável ao consumidor, ganhando vantagens na hora de comprovar seus dados.
Quem tem problemas para apresentar um comprovante de residência em seu nome, por exemplo, ganha outras opções. À Febraban, o diretor de conta digital e meios de pagamento do banco Inter, Ray Chalub, afirma que 40% das informações serão dispensadas.
“O impacto será positivo para o segmento como um todo. De uma forma geral, todos os players serão beneficiados, tradicionais ou digitais. Nossa expectativa é mais do que dobrar o volume de três milhões de contas abertas já em 2020”, afirma Chalub.
Os bancos, entretanto, devem ter novos desafios. Em meio à implementação da Lei Geral de Proteção de Dados, eles deverão investir em tecnologias para reforçar a segurança das informações, garantindo a eficiência operacional.
Vale ressaltar que as instituições tradicionais também enfrentam as dificuldades para executar a transformação digital, já que precisam mudar processos enraizados de cultura e procedimentos. Isso sem deixar de lado a adequação de seus produtos e serviços às necessidades da população.
O papel da tecnologia na bancarização
Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas com a Vivo, o índice de inclusão digital no Brasil está acima da média mundial, tendo grande crescimento na classe E entre os anos de 2001 e 2009.
Isso revela o potencial de uso da tecnologia para a abertura de conta digital, o que torna o serviço um fator importante no portfólio das instituições para a inclusão bancária. A mudança de regras leva mais agilidade e sofisticação ao processo, já que traz mais possibilidades de autenticação, como o georreferenciamento.
As novas tecnologias passam a ganhar destaque, motivadas pela inovação que as fintechs desenvolvem no setor financeiro. Elas trouxeram recursos diferenciados para a abertura de conta digital, como a biometria facial nos aplicativos ou mesmo o envio de fotos de documentos, também usados pelos bancos digitais.
O crescimento das fintechs nos últimos tempos tem grande impacto na incorporação das tecnologias no setor. Segundo dados do Radar FintechLab de 2019, o número de fintechs subiu de 453 para 604 só entre agosta de 2018 e julho de 2019.
A resolução 4.753 trouxe ainda mais liberdade para a abertura de conta digital. Os bancos já utilizam ferramentas com inteligência artificial, que conseguem até capturar dados por consultas em bases públicas e privadas. Isso permite identificar o perfil do consumidor para liberar serviços de acordo com suas características pessoais.
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