NoOps, o futuro da computação em nuvem
Por Rogério Marques
05 setembro 2019 - 09:00 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:44
Em 2009 a consultoria Delloite, curiosa com as tendências que o início da transformação digital estavam causando nas grandes empresas e diferentes setores da economia, criou um estudo para levantar as tecnologias digitais empregadas na época.
Dez anos depois, as tecnologias em alta em 2009 tornaram-se obsoletas. Em relação à maturidade da transformação digital, a Deloitte diz que: “Para ficar à frente do mercado, as organizações devem trabalhar metodicamente para vislumbrar novas inovações e possibilidades, definir suas ambições para o futuro e ir além da fronteira digital.”
Parece uma tarefa difícil, não é? Mas nem tanto. Muitas tendências anteriores continuam importantes atualmente, só foram aprimoradas e continuam evoluindo. Dentre elas podemos citar analytics e cloud computing, por exemplo.
O uso da inteligência artificial continua sendo primordial, porém agora é necessário entrar com tudo e reavaliar completamente a forma como humanos e máquinas interagem dentro do ambiente de trabalho.
A seguir, vamos focar em uma nova inovação da computação em nuvem, a NoOps. E citar as principais diferenças entre ela e a DevOps.
Um pouco mais sobre ambientes DevOps
O DevOps é um modelo de atuação em TI que garante a integração de áreas e a simplificação de processos. Dessa forma, diminui o retrabalho e aumenta a eficiência da entrega.
O termo DevOps deriva da junção das palavras “desenvolvimento” e “operações”, sendo uma prática de engenharia de software que tem como meta principal melhorar a integração entre desenvolvedores de softwares e a equipe de infraestrutura.
Quanto aos benefícios, podemos citar:
- Aumento da quantidade e frequência da entrega de atualizações em um determinado sistema;
- Capacidade de manter a estrutura estável enquanto opera rapidamente;
- Tempo médio de reparo encurtado, porque a metodologia agiliza sua própria manutenção, com os constantes monitoramentos e testes nas aplicações que estão sendo desenvolvidas.
A novidade são os ambientes NoOps
NoOps é o próximo estágio na evolução da computação em nuvem. Neste ambiente, o software e o hardware definidos por software são provisionados dinamicamente.
Além disso, com computação sem servidor, as tarefas tradicionais de gerenciamento de infraestrutura e segurança podem ser totalmente automatizadas, seja por provedores de nuvem ou equipes de desenvolvimento de soluções.
Livre das responsabilidades de gerenciamento de servidores, o profissional de operações pode assumir novas funções, como engenharia de computação, que ajudam a gerar resultados de negócios.
Agora, como parte de uma tendência crescente, os CIOs estão levando seus esforços de automação para o próximo nível a partir da computação sem servidor. O objetivo é criar um ambiente de TI noOps que seja automatizado e abstraído da infraestrutura, de forma que apenas equipes muito pequenas sejam necessárias para gerenciá-lo.
Os CIOs podem, então, investir o excedente de capacidade humana no desenvolvimento de novas capacidades de valor agregado a fim de aumentar a velocidade e a eficiência operacional.
Até agora, várias empresas de grande porte, como a Netflix, Coca-Cola e o New York Times estiveram na vanguarda da tendência sem servidor. Nos próximos 24 meses novas organizações entrarão para a lista.
O objetivo de alcançar ambientes puramente NoOps pode levar vários anos para ser conseguido, mas, em todos os setores, a transição, ainda que preliminar, está em andamento.
Benefícios dos ambientes NoOps
Com a implementação do NoOps, os CIOs buscam:
- Escalabilidade infinita e alta disponibilidade;
- Menos funções operacionais. Mesmo que algumas tarefas específicas, como debugging (processo de identificação e remoção de erros de hardware e software) permaneçam internas, o gerenciamento de infraestrutura é totalmente terceirizado;
- Sem custos com tempo ocioso. Em um modelo de computação sem servidor, os consumidores pagam apenas pela duração da execução de uma função e pelo número de funções executadas. Em termos de custo, isso representa uma melhoria em relação aos modelos de computação em nuvem herdados, nos quais os usuários são cobrados de hora em hora pela execução de máquinas virtuais.
DevOps x NoOps
Apesar do que dizem por aí, o surgimento do NoOps não significa o fim do DevOps. Na verdade, o NoOps é apenas o começo das inovações que podem ser alcançadas em conjunto com o DevOps.
Como vimos acima e neste post anterior, o principal objetivo do modelo DevOps é aumentar a rapidez e a eficiência do processo de implantação de software por meio da colaboração entre as equipes de desenvolvimento e de operações.
A abordagem NoOps tem o mesmo objetivo de melhorar a implantação, porém aliviando os desenvolvedores de qualquer problema de infraestrutura, evitando a perda de tempo nas interações com os administradores do sistema.
Com NoOps, os desenvolvedores apenas escrevem o código, fazem as mudanças de envio e, por meio de sistemas apropriados de compilação, o aplicativo relacionado é produzido automaticamente, pronto para a implementação.
Ou seja, a equipe de desenvolvimento não precisa mais se comunicar com os administradores do sistema e sobra tempo para resolver apenas a infraestrutura.
Podemos dizer que o NoOps representa um passo à frente na inovação e, graças às ferramentas adequadas, permite obter um processo de implantação mais rápido.
Como implementar o método NoOps?
Existem inúmeras soluções de PaaS (Plataforma como serviço, em português) disponíveis no mercado com o intuito de automatizar o processo de implantação e dar aos desenvolvedores a chance de criar aplicativos de forma autônoma, sem a necessidade da ajuda de administradores.
Essas soluções fornecem um conjunto de serviços para orquestrar e gerenciar a execução dos aplicativos, dimensionando a infraestrutura de acordo com a necessidade de cada um deles.
Além disso, as soluções de PaaS incluem um número significativo de recursos, incluindo servidores e manutenção de sistemas operacionais.
O modelo NoOps parece vantajoso, porém a necessidade de gerenciar a infraestrutura permanece, assim como a necessidade de gerenciar as informações sobre quem usa os serviços e os custos relacionados.
Além disso, nem todas as aplicações são compatíveis com as soluções de PaaS mais recentes e a transição relacionada para uma automação completa pode causar dificuldades para as empresas.
Em resumo, o modelo NoOps segue os mesmos princípios e cultura do DevOps e, por isso, pode ser considerado sua evolução, porém ainda não será capaz de se desprender completamente do desenvolvimento das operações.
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