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Open Banking: a criação de novos modelos de negócios digitais

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Por Bruno Zago

04 julho 2016 - 16:23 | Atualizado em 12 abril 2023 - 18:48


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De acordo com o movimento chamado de Digital Business Moments, realizar atividades cotidianas exclusivamente via web e mobile não é mais tendência, é realidade.

O surgimento de serviços inovadores, com custos mais acessíveis para o usuário ganha espaço a cada dia. O Open Banking surgiu justamente neste contexto. Oferecer ao usuário uma experiência integrada, segura e de acordo com o que deseja consumir naquele momento.

Mas afinal, o que é Open Banking?

Open Banking é a criação de novos modelos de negócios digitais através de APIs (Application Programming Interface, ou em português, Interface de programação de aplicações) disponibilizadas por uma instituição financeira para que empresas e aplicativos terceiros possam prover serviços específicos integrados à instituição.

Estas interfaces técnicas, chamadas de API, permite que a instituição esteja conectada a diversos outros sistemas e aplicativos sem que o usuário perceba. Um exemplo para entender o funcionamento destas interfaces, que não são um privilégio do mercado financeiro: quando você navega pelo guia de restaurantes da sua cidade e consegue visualizar o mapa do local ou quando acessa a Netflix pelo aplicativo da sua Smart TV, é graças a uma API.

Para citar um exemplo no mercado brasileiro, a Cedro desenvolveu uma plataforma chamada Fast Trade, que permite que pessoas físicas realizem compra e venda de ações na BM&FBOVESPA. O cliente usa o software para acompanhar cotações de bolsas nacionais e internacionais. Após analisar e tomar a sua decisão, o usuário também pode enviar uma ordem de compra/venda para a sua corretora independente ou para alguma corretora de banco que esteja plugado. Isto só é possível pois a corretora oferece à Cedro uma API que permite esta conexão.

Por que instituições financeiras abririam suas interfaces?

Mas por qual motivo as instituições financeiras fariam isto? A experiência de conectividade do usuário é um caminho sem volta. Segundo uma pesquisa da Bridge Research para entender melhor a percepção que a geração Y tem sobre os bancos, “o jovem brasileiro mantém uma relação de distanciamento e desconfiança do banco. Não há diferenciação no posicionamento entre um e outro; nenhum banco é feito para eles”, afirma Renato Trindade, Presidente da Bridge Research e Coordenador de Pesquisa.

De todas as gerações consultadas, a geração Y é a mais interessada em aprender mais sobre suas finanças e com maiores chances de procurar assessoria financeira. Se os bancos não se adaptarem, perderão seus clientes para as novas startups e serviços financeiros inovadores que conseguem oferecer o combo que todos nós, consumidores, procuramos: agilidade com menos custos e burocracia.

A busca por parceiros tecnológicos será fundamental

A busca de parceiros tecnológicos, de preferência, que entendem do mercado financeiro, está crescendo e este ano ficou bastante evidente a aproximação dos bancos de varejo com as empresas de tecnologia e fintechs brasileiras.

– Leia também: O impacto das Fintechs nos serviços financeiros

O consultor sênior da Zanders, Steyn Verhoeven, disse no artigo “How Open Banking Will Change the Banking Landscape” que o setor bancário mundial já reconheceu a importância de se adaptar ao mundo digital. Victor Waller Sadalla, responsável pelo marketing da Controly, fintech que oferece cartão de crédito pré-pago ao usuário, falou ao Projeto Draft:

“Os bancos foram construídos décadas atrás, com plataformas limitadoras e ultrapassadas. Eles não conseguem mudar isso por terem muitos usuários, então poderão buscar parceiros”

Para os bancos de hoje chegarem ao futuro e serem aceitos, deverão pensar mais como as novas Fintechs e abrir não só suas APIs, mas o principal: a visão de mercado.


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