Insurtechs e seguradoras: uma parceria possível?
Por Vitor Precioso
31 outubro 2019 - 18:25 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:48
Com o avanço da transformação digital, tanto o mercado financeiro como o de seguros vêm sendo altamente impactados. A adoção de novas tecnologias simplifica e otimiza processos, melhora a experiência do cliente e garante a competitividade das empresas. É a Indústria 4.0 transformando o modo como as pessoas vivem, se relacionam e usam produtos e serviços.
No mercado de seguros, as insurtechs trouxeram novas possibilidades na oferta de produtos aos clientes e, com isso, têm conquistado cada vez mais mercado. Segundo relatório Willis Towers Watson, o investimento global em startups do segmento atingiu US$ 1,42 bilhão somente no primeiro trimestre de 2019.
Enquanto os clientes comemoram a multiplicidade de opções de seguros no mercado, as seguradoras têm motivos para temer o avanço das insurtechs. De acordo com uma pesquisa da PwC, 56% dos entrevistados estimam que até 20% das receitas das seguradoras tradicionais estão em risco com a nova geração de startups que está emergindo. Além disso, existem rumores de que a Amazon está estudando uma mudança representativa para a indústria de seguros.
Diante desse cenário, seguradoras e corretoras têm a obrigação de se tornarem disruptivas se quiserem sobreviver no mercado.
Mas, afinal, por onde começar? Continue lendo este texto e descubra como incorporar novas tecnologias na operação da seguradora!
1. Ser digital é o segredo
Existe um movimento claro (e necessário) que mostra seguradoras construindo estratégias de transformação digital, formando times digitais, buscando novas parcerias e executando projetos inovadores, a exemplo da criação de insurtechs.
Os cases de sucessos das seguradoras mostram que colocar a digitalização do negócio como prioridade zero é o melhor a ser feito neste momento. Isso porque esse é o caminho para responder às pressões do mercado e atender às demandas e ao perfil do novo consumidor.
Ser digital é o segredo para estreitar relacionamentos com o cliente, abrindo novos canais de interação para um diálogo constante que facilita o aperfeiçoamento dos produtos e serviços. As pessoas esperam por esse tipo de experiência.
Tanto é verdade que, de acordo com relatório Consumer Connectivity Insights 2018 da MuleSoft, 58% dos consumidores globais consideram a experiência com as empresas de seguros “desconectada” e 56% consideram migrar para outra seguradora, se as coisas não mudarem. A conectividade é indispensável para a estratégia de uma seguradora na Indústria 4.0.
A Vitality Health é uma das insurtechs que oferece muito mais do que seguros de saúde aos clientes. Ela os incentiva a manter uma vida equilibrada, a partir do momento que entrega a eles um Apple Watch gratuito para monitoramento dos seus níveis de condicionamento físico. Quanto mais o segurado cuidar da sua saúde com hábitos saudáveis, maiores serão os seus descontos e recompensas nos parceiros da insurtech.
Já a Cuvva foi a primeira startup a fornecer seguro auto por hora e via aplicativo no Reino Unido. Desde a sua fundação, já vendeu mais de um milhão de apólices por meio, equivalentes a de 32 milhões de horas de seguro auto. Com a proposta inovadora, a insurtech registrou um crescimento de cerca 750% nas vendas nos últimos dois anos. Isso porque oferece um serviço simples, flexível, sem burocracia e alinhado à tendência da economia compartilhada.
2. A necessidade de integrar-se ao ecossistema de seguros
Uma coisa é fato: já não é mais possível se manter competitivo no mercado sozinho. As seguradoras têm o desafio de buscar uma maneira ágil de otimizar seus sistemas internos para conectar-se à sua rede externa, formada por parceiros, empresas e startups que sejam capazes de oferecer as experiências conectadas que as pessoas tanto desejam. Basicamente, é isso que faz a Vitality Health.
Para integrar o ecossistema de seguros e atender às demandas dos clientes, as seguradoras tradicionais precisam reorganizar a estrutura interna, facilitando essa conectividade com os parceiros.
O desafio das companhias de seguros é imaginar sua organização como parte integrante de uma plataforma de seguros. Ou seja, é preciso desintegrar os produtos do formato atual, embalando-os novamente em um conjunto de recursos que permita a conectividade por meio de APIs.
Somente com essa abordagem será possível inovar com mais velocidade, usando as funcionalidades disponíveis no em todo o ecossistema de parceiros. Com essa integração da seguradora à plataforma, a experiência do cliente pode se tornar muito mais completa.
3. Formar uma rede
Quando as seguradoras decidem adotar a conectividade via API e integrar o ecossistema de seguros, elas começam formar uma rede de aplicativos, dados e dispositivos conectados via APIs. De tal modo, esses elementos permanecem disponíveis, com potencial de conexão e reuso a qualquer momento.
Ou seja, juntas, elas constroem uma plataforma que estimula e acelera a inovação no mercado segurador, graças à parceria e a colaboração entre empresas do ramo.
Vale destacar ainda que um dos benefícios de estar em um ecossistema de seguros é a segurança. Isso porque cada uma das APIs têm pontos padronizados, acessíveis e bem definidos, fáceis de visualizar e seguros.
Agora é o momento de entender que para avançar é preciso ser integrante dessa rede. Existem perspectivas promissoras para as seguradoras que optarem por estabelecer parceria com as insurtechs. Contudo, para alcançar resultados positivos e um ritmo de crescimento constante, é fundamental investir no uso de APIs. Somente elas são capazes de proporcionar a integração da seguradora ao ecossistema de seguros, e esse passo é indispensável para que a companhia tenha condições de fornecer uma experiência marcante para o cliente.
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