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Pesquisa mostra segurança dos dados como preocupação para o Open Banking

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Por Vitor Precioso

02 dezembro 2019 - 15:50 | Atualizado em 12 abril 2023 - 18:48


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O Open Banking é mais uma novidade no processo de transformação digital do setor financeiro. Com a promessa de permitir aos usuários o controle sobre os próprios dados e facilitar a portabilidade das contas, as instituições precisam se adaptar ao modelo que vai ditar o contexto bancário do futuro.

O Brasil ainda está só no começo da implantação do Open Banking, mas já é possível encontrar alguns casos de aplicação, como ContaAzul no Banco do Brasil e o GuiaBolso no Banco Original. Para que esse cenário se desenhe oficialmente, ainda há muito trabalho a fazer e desafios a serem superados.

Enquanto a regulamentação ainda está em processo de definição no nosso país, há pesquisas no exterior que trabalham o tema com mais propriedade. Elas indicam, por exemplo, os receios do consumidor e como fazer com que a população aceite o novo modelo bancário.

Um exemplo é o relatório criado pela parceria da Forrester Research com a TransUnion, que mostra as diferenças e semelhanças entre a visão do consumidor e das instituições do Reino Unido sobre o tema.

Neste artigo, vamos destrinchar as pesquisas em desenvolvimento, a importância da segurança de dados, o contexto do Open Banking no Brasil e no mundo e entender como o que acontece no exterior pode moldar o sistema bancário brasileiro. Confira a seguir!

Ilustração de webinar sobre LGPD da empresa data engine

Contexto no Reino Unido mostra desafios do Open Banking

Segundo a pesquisa da Forrester Research e da TransUnion, as principais barreiras para o sucesso do Open Banking no Reino Unido são o receio dos consumidores em terem os dados compartilhados ou vendidos para outras empresas (apontado por 86% dos entrevistados) e os riscos de violação das informações (apontado por 82%).

Esses resultados vão ao encontro aos resultados da pesquisa para as instituições financeiras, embora em menor escala: 68% delas acredita que a violação seja um problema entre o público e 59% aponta a questão do  possível compartilhamento entre empresas como uma preocupação.

Os insights levantados pela pesquisa fazem um panorama do atual contexto do Open Banking nas ilhas britânicas, desenhando as necessidades, expectativas e os desafios para a ascensão do novo sistema bancário. Veja alguns tópicos levantados.

Ainda falta conhecimento

Mesmo com opiniões parecidas em um contexto geral, no entanto, o relatório aponta um distanciamento na visão de empresas e consumidores, sugerindo que as instituições precisam explorar mais o tema entre os clientes e alavancar a conscientização.

Isso porque, na verdade, apenas 25% do público entrevistado tem conhecimento sobre a implementação do Open Banking ou se mostra interessado em adotar essa tecnologia. Já entre as empresas, 8 entre 10 delas planejam se adequar.

O grande desafio nesse cenário é que o público precisa começar a enxergar melhor os benefícios que o modelo vai trazer para o sistema bancário. Enquanto faltar compreensão, as pessoas ainda se manterão resistentes para abraçar a nova era da transformação digital financeira.

Há divergência sobre as vantagens para o consumidor

De acordo com a pesquisa, as principais vantagens que o público deve esperar são aprovações mais rápidas de cadastros (65%), processos de aplicações mais fáceis (63%) e forma mais rápida de comprovar informações cadastrais (58%).

Enquanto isso, a visão das empresas aponta como benefícios o maior acesso às informações dos produtos ofertados (58%), eficiência na comparação das instituições (56%) e facilidade de comparar produtos e taxas (49%).

Esses resultados ressaltam pontos importantes para as estratégias de adoção do Open Banking nas instituições. Quer dizer que as visões não estão totalmente alinhadas e é preciso encontrar formas de escutar mais o que o consumidor tem a dizer para que a implementação seja feita com o devido sucesso nos negócios.

Novos entrantes do mercado terão mais desafios

Com mais de 85% do público participante da pesquisa disposto a compartilhar dados com bancos, agências e operadoras de cartão de crédito, essas instituições têm uma vantagem. Por outro lado, fintechs e novas instituições financeiras terão mais desafios para conquistar seus clientes, já que uma quantidade menor de pessoas confia nessas empresas.

Como o Brasil se prepara para o Open Banking?

Enquanto pesquisas como essa mostram as expectativas do Open Banking no exterior, elas também geram insights para entender como os brasileiros devem receber a nova tecnologia. Afinal, o cenário da preocupação com os dados também se reflete por aqui.

O Banco Central está encarregado de definir as diretrizes e a regulamentação, tendo começado a apresentá-los em abril. Os requisitos iniciais contêm 14 pontos de atenção para as instituições que desejam adotar o Sistema Financeiro Aberto.

Entre eles, haverá possibilidades de avaliação para as novas empresas e a implementação em fases seguindo um cronograma. A ideia é criar um ambiente mais eficiente e competitivo para que as empresas do setor possam participar devidamente.

Enquanto isso, a regulamentação ainda não está fechada, mas o BC já anunciou que deve ser divulgada em breve. As medidas devem seguir o modelo inglês, sendo que ainda em 2019 devem ser levadas à audiência as normas para registro de duplicatas e sandbox, que permitem aos players menores testarem produtos inovadores.

Com isso, a expectativa é o surgimento de novas fintechs. As empresas que planejam participar do Open Banking devem ainda ficar atentas para a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), também em processo de regulamentação. Esse conjunto de normas vai definir como os dados devem ser manipulados pelas empresas de forma consciente.

Os primeiros passos do mercado

Algumas instituições de serviços financeiros já começam a caminhar para o Open Banking. O Banco do Brasil já permite aos clientes importarem os dados correntistas para o sistema de gestão do ContaAzul.

Os empreendedores se beneficiam porque essa integração permite identificar as movimentações automaticamente, com várias possibilidades para o uso das informações.

Contadores, por exemplo, ganham mais eficiência na hora de fazer o levantamento financeiro, identificando pagamentos e outros valores. Isso significa mais tempo para gerenciar os clientes e realizar ações mais estratégicas para auxiliar os negócios.

Os lançamentos financeiros são feitos em tempo real e poupam o trabalho de subir os dados manualmente para o sistema. É uma nova experiência para contadores e empreendedores, que contam agora com um novo serviço atrelado à conta corrente.

Em uma estratégia similar, o Banco Original se juntou ao Guiabolso para sincronizar dados bancários ao aplicativo. Dessa forma, os clientes que usam a plataforma para gerenciar os dados financeiros conseguem ter acesso direto às movimentações de contas e cartões, bem como investimentos e históricos de renda.

A parceira deve ajudar a impulsionar a carteira de clientes em ambas as empresas e já prevê a integração do Guiabolso a produtos de investimentos. No futuro, a ideia é que os clientes do Banco Original possam fazer transações diretamente pelo aplicativo. Mas já há uma série de benefícios, como a possibilidade de abrir conta digital pelo app e descontos no Spotify e na Netflix.

Embora a regulamentação do Open Banking ainda esteja em desenvolvimento, as instituições já estão acordadas para o modelo e devem se ajustar conforme o Banco Central normatizar a atuação no setor.

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Ilustração de webinar sobre LGPD da empresa data engine

 

 

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