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Suitability: como definir o perfil de investidor pensando no UX

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Por Rogério Marques

12 janeiro 2021 - 09:58 | Atualizado em 29 março 2023 - 17:37


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Para realizar investimentos seguros, cada pessoa precisa entender seu perfil de investidor e as melhores opções disponíveis no mercado. Uma empresa do setor deve estar preparada para mostrar aos clientes como eles podem se moldar aos riscos de aplicações e escolher seus produtos. Esse processo se dá devido ao que chamamos de suitability — adequação, em português.

Ao definir as estratégias para indicações, a corretora oferece a seus clientes os serviços e produtos ideais de acordo com interesses e objetivos, tornando o atendimento bem alinhado. Para garantir esse cenário, a Comissão de Valores Imobiliários (CVM) definiu a Instrução 539/2013, que torna o suitability uma obrigatoriedade.

Por isso, você precisa trabalhar essa estratégia no seu negócio, pensando em como levar a melhor experiência para o seu cliente. Neste artigo, vamos explicar o conceito de suitability e como aplicá-lo para encontrar o perfil de investidor com foco em user experience (UX).

O que é suitability

Basicamente, o suitability é o perfil de investidor do cliente em uma corretora. Trata-se de um processo que identifica as tolerâncias de cada pessoa aos riscos de mercado e as opções mais seguras de produtos para montar a carteira de investimentos.

O cliente muitas vezes ainda não tem o conhecimento para tomar suas decisões, então precisa ter um direcionamento. Para ele, é uma forma de se sentir mais preparado para entrar no ramo de aplicações financeiras. Já para as corretoras, é uma estratégia importante para fornecer os serviços com qualidade e fazer as melhores recomendações conforme os riscos.

Presente no mundo todo, o suitability precisa ser aplicado obrigatoriamente ao receber um cliente na corretora, graças à ação da CVM. A norma proporciona segurança nos serviços e imprime mais senso de responsabilidade às instituições financeiras, que passam a seguir um direcionamento predefinido no relacionamento e nas indicações.

Tipos de perfil de investidor

Resumidamente, as instituições no mercado financeiro normalmente trabalham com três tipos de clientes: investidor conservador, investidor moderado e investidor agressivo. Os nomes de cada perfil de investidor representam o grau de risco ao qual o usuário está inserido, conforme a variação da valorização dos ativos.

O investidor conservador é aquele que tem mais receio de investir em produtos de alto risco e opta por produtos mais seguros. O objetivo está centrado em manter o patrimônio sem perdas.

O investidor moderado já tem mais tendência a arriscar, ainda que não esteja pronto para fazer apostas altas. Ele ainda preza pela segurança, mas está mais disposto a colocar parte de sua renda em ativos mais promissores. Esse perfil costuma ter um conhecimento prévio sobre o mercado financeiro, estando mais preparado para ativos de melhor resultado.

Por fim, o investidor agressivo ou arrojado abre mão da segurança em prol de altos rendimentos, com produtos de maior risco. É uma pessoa com maior entendimento sobre o mercado, com maturidade sobre a dinâmica dos índices variáveis. Esse perfil entende que as perdas fazem parte do processo, mas podem ser compensadas adiante ao aproveitar seus fundos de negociações nas oscilações dos ativos.

Como sua empresa pode determinar o perfil dos clientes

A definição do suitability é realizada a partir de um questionário de avaliação, conhecido como Avaliação de Perfil do Investidor (API). A ficha lista uma série de perguntas para que o usuário possa informar suas características e experiências pessoais. Assim, a corretora pode entender o quão inserido no mundo financeiro seu novo cliente está.

Entre as perguntas que devem ser levantadas para definir o perfil de investidor, é importante acrescentar:

  • Objetivos de investimento: permite selecionar um pool de opções mais alinhadas com o usuário;
  • Experiência prévia e conhecimento em investimentos: mostra o quão preparado seu cliente está para mover os investimentos por conta própria e o grau de ajuda que deverá receber da corretora;
  • Tempo desejado para manter os investimentos aplicados nos produtos: mostra se o cliente se encaixa nas aplicações de longo prazo;
  • Limite do grau de risco que está disposto a investir: auxilia na seleção dos produtos, conforme a estabilidade de valorização e desvalorização de cada opção;
  • Situação financeira atual e capital disponível para aplicação: permitem definir uma média de aplicação mensal, conforme o percentual de renda máximo possível;
  • Projeções futuras de necessidades de recursos: auxilia na definição, reservando uma quantia da renda para outros objetivos simultâneos às aplicações;
  • Patrimônio atual: mostra como proceder com a alocação de ativos entre renda fixa, renda variável e ativos reais (imóveis, negócios e outros bens).

Com as respostas desse questionário, a corretora consegue fazer uma análise para determinar como encaixar o cliente em seu portfólio financeiro e definir o mix ideal de produtos para trabalhar. 

O perfil de investidor delimita um paralelo entre o nível de risco e a rentabilidade, permitindo, então, apresentar uma projeção de ganhos em curto, médio e longo prazo conforme os produtos selecionados.

Focando em UX para melhorar o onboarding

Embora o suitability seja obrigatório nas corretoras, ainda é possível usá-lo como diferencial de mercado. Isso porque a maneira como o processo é gerenciado influencia na experiência do usuário (UX).

Em tempos em que empresas de vários nichos apostam na transformação digital, proporcionar o acesso aos formulários por canais e plataformas on-line facilita o preenchimento para o cliente. Vale ressaltar que muitas pessoas tendem a abandonar cadastros e deixá-los incompletos, e, por isso, uma tecnologia moderna é estratégica para resolver a questão.

No mercado financeiro, é normal a exigência do envio de documentos, por exemplo, sendo um complemento às informações da API. Nesse caso, a plataforma deve facilitar ao máximo o onboarding, com funcionalidades atrativas.

Na Cedro Technologies, a nossa plataforma Embark é estratégica para negócios que dependem de informações, como as corretoras. Os formulários para perfil de investidor, no caso, podem ser realizados por ferramentas práticas de quiz. Além disso, a solução foi desenvolvida levando em conta a captação de informações pessoais.

Não só o formulário de cadastro é pensado de ponta a ponta, como a plataforma está integrada ao nosso sistema de validação de dados (Data Engine). O cliente ganha praticidade para enviar informações pessoais, enquanto seu negócio tem acesso a relatórios praticamente instantâneos.

Pelo Embark, você consegue entender como é possível facilitar o suitability para cadastros digitais a partir do UX. A criação do perfil de investidor, de fato, é essencial para garantir a melhor experiência não só no onboarding, mas também nos serviços da corretora de forma geral.

Agora você já conhece o suitability e como pode melhorar o onboarding do investidor na corretora. Entenda também a importância do UX na abertura de contas digitais e aplique UX em seu negócio!

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