Tudo sobre Bitcoin: conheça a história e saiba como investir na moeda digital do momento
Por Rogério Marques
29 março 2018 - 13:21 | Atualizado em 12 abril 2023 - 18:49
Você conhece o sistema Bitcoin? Trata-se de uma verdadeira revolução na maneira como entendemos o dinheiro.
Atualmente, o Bitcoin já se afirma como uma das principais tecnologias e tem o potencial de causar profundas mudanças na economia mundial. De qualquer forma, já é apontado como um fator fundamental na consolidação do processo de digitalização das transações financeiras.
Preparamos este post para apresentar tudo sobre Bitcoin e esclarecer suas principais dúvidas sobre o assunto. Boa leitura!
Surgimento do Bitcoin
Os Bitcoins surgiram em 2009, respondendo a uma crescente demanda do então recém-popularizado e-commerce. Não se sabe ao certo quem foi o criador dessa moeda tecnológica, no entanto, ainda que anônimo, essa pessoa acabou desenvolvendo uma das tecnologias mais importantes da Internet no mundo atual.
Há a hipótese muito conhecida de que o criador do Bitcoin foi um desenvolvedor oriental misterioso, chamado Satoshi Sakamoto. Entretanto, nada ainda foi comprovado e o Bitcoin segue seu vertiginoso processo de valorização no mercado.
Na verdade, no ano de 2008 o site bitcoin.org já estava no ar e o projeto Bitcoin já figurava em uma das principais plataformas de distribuição de softwares de código aberto: o sourceforge.net. Mas foi mesmo em 2009 que o sistema começou a operar, sendo registrada naquele ano a primeira transação com o uso da moeda.
Pagamentos com Bitcoin
O pagamento em espécie, ou seja, direto e em dinheiro, não requer nenhum intermediário, certo? Você não paga taxa alguma para realizar qualquer tipo de pagamento com cédulas. Por outro lado, os pagamentos digitais normalmente envolvem algum tipo de custo ou trabalho extra.
Veja o boleto bancário, por exemplo: com ele, o vendedor só recebe o pagamento depois de aprovado, o que costuma demorar alguns dias. Adicione a isso o custo da manutenção de uma conta no banco (do comprador e do vendedor).
Além disso, há também taxas de empresas que realizam a mediação das transações no meio digital, especialmente de compras em e-commerces, como PagSeguro, Paypal, entre outras.
Como se vê, apesar de bastante seguro e vantajoso, o pagamento digital não consegue ser tão prático e barato quanto um pagamento “instantâneo”.
A resposta dada pela tecnologia a esse dilema foi o Bitcoin. Por meio dele, você faz praticamente tudo igual ao que seria feito com o pagamento em espécie, só que em ambiente digital.
Rápido, prático e simples, Bitcoins cortam o custo, a lentidão e os intermediários. Além disso, não há limites de valor ou de localização geográfica — toda quantia de Bitcoin pode ser negociada de qualquer lugar do mundo.
Considerada um ativo financeiro, a moeda é passível de ser declarada no seu Imposto de Renda e as transações podem ser realizadas com o respaldo de um elaborado sistema de segurança.
Caso você decida realizar um pagamento com Bitcoin, o procedimento é enviar o valor a ser creditado ao endereço Bitcoin do vendedor, dessa forma, uma sequência (única para aquela transação) de caracteres criptografados é criada e você confirma com o seu número PIN. Feito isso, os mineradores — falaremos sobre eles adiante — fazem o trabalho de verificação e validação do processo.
Valorização da moeda digital
Um Bitcoin é uma moeda digital criptografada, por isso ela é chamada também de criptomoeda. Já aceita como pagamento em alguns países, está em um processo vertiginoso de valorização. Por conta disso, o mercado e as instituições financeiras estão também aos poucos se abrindo à novidade.
Na Rússia, por exemplo, tudo indica que nos próximos anos o Bitcoin já esteja regulamentado. No Japão, já é possível oferecer Bitcoins como meio oficial de pagamento. Na terra do sol nascente, estima-se que, até o fim deste ano, centenas de estabelecimentos comerciais já aceitarão a moeda.
Como se percebe, o cenário atual tem se mostrado extremamente promissor para investimentos em criptomoedas, apenas em países com política econômica mais fechada, como a China, tem havido investimentos contra os Bitcoins: o governo chinês está fechando o cerco contra o uso de criptomoedas no país, proibindo seu uso e fechando plataformas de câmbio.
Como ao falar de Bitcoins ainda estamos falando de dinheiro, sua valorização segue a mesma lógica do mercado, ou seja: uma boa cotação depende de uma grande demanda. Muito volátil, a moeda virtual acabou sofrendo uma acentuada queda no ano de 2014, mas neste ano está hipervalorizada.
Na verdade, pode-se dizer que em 2017 o interesse pelos Bitcoins aumentou de forma astronômica. Veja bem, de janeiro a dezembro, houve um crescimento absurdo no valor do Bitcoin. No início do ano, a criptomoeda era negociada por mil dólares e hoje já está chegando na casa dos dezesseis mil dólares americanos. Mas se isso é uma crescente de valorização ou uma bolha, ainda não se sabe.
O fato é que grandes empresas, como a gigante da computação Dell e Dish Network, entre muitas outras, já aceitam o Bitcoin como pagamento por seus serviços e produtos.
Processo de “mineração”
É por meio de um processo chamado de “mineração” que surge um Bitcoin — as pessoas ou organizações que trabalham com esse procedimento são os “mineradores”. Eles conectam seus computadores na rede para oferecer poder de processamento, usando um software especial, ao sistema Bitcoin.
Os mineradores são assim chamados por ajudarem na manutenção da segurança digital das transações. Em troca de seus serviços (criando novos Bitcoins, autenticando transações, mantendo a cadeia de blocos etc), eles são recompensados com Bitcoins.
Imagine um gigantesco datacenter cujos dados estejam conectados e espalhado pelos quatro cantos do mundo. Milhares de computadores (máquinas pessoais dos mineradores) ligados ao sistema Bitcoin processam informações e resolvem problemas matemáticos avançados que viabilizam as transações dos usuários em tempo real com a criptomoeda.
É também por meio da mineração que é feito o registro permanente de todos os pagamentos com Bitcoin — mais adiante, falaremos sobre esse processo de registro das transações.
Trata-se, na verdade, de uma competição entre máquinas para ver quem consegue processar os dados com maior eficiência. O ganhador recebe sua recompensa em Bitcoins, é claro.
No início do surgimento dessa tecnologia, não havia necessidade de uma supermáquina para minerar, mas, com o aumento da demanda, isso já é mais do que necessário.
Nesse cenário surgiram computadores especialmente montados para essa finalidade — como o Avalon ASIC, uma supermáquina especialmente desenvolvida para a mineração de Bitcoins.
Além desse, há muitos outros equipamentos, pois várias empresas de hardware estão fabricando dispositivos robustos para mineração da criptomoeda.
Esses equipamentos precisam de refrigeração especial e o gasto com energia elétrica para mantê-los é bastante elevado. Por isso, a mineração não é muito comum no Brasil, afinal, nossa energia elétrica é uma das mais caras do mundo.
Segurança e riscos das transações
Em relação à segurança da informação, pode-se dizer que é seguro realizar transações com Bitcoin. Atualmente, há bastante tecnologia (criptografia pesada) por trás desse sistema, no entanto, precaução nunca é demais.
Para quem realiza transações com Bitcoins, há que se prestar bastante atenção na segurança de seus dados, especialmente de suas senhas pessoais.
Golpes na Internet não são novidades e já comprometeram informações sigilosas de centenas de pessoas e empresas. Quando o assunto é Bitcoin, cheque sempre a credibilidade e a procedência dos sites para não cair em golpes.
Bitcoin e blockchain
Todas as criptomoedas são baseadas na tecnologia blockchain. Em síntese, um blockchain é um meio de manter os registros das transações.
De modo geral, o blockchain está por trás de todo o ecossistema criptofinanceiro no qual se incluem os Bitcoins. Traduzindo literalmente o termo, poderíamos entendê-lo como cadeia de blocos. Trata-se de um sistema contábil digital que esclarece e valida registros de transações virtuais.
Esse registro, no entanto, é fragmentado. Ele está em todas as máquinas em que o software está em funcionamento — isso quer dizer que eles estão em milhões de máquinas pelo mundo, nos computadores pessoais dos mineradores e nos data warehouses dedicados à criptomoedas.
Todas as transações são criptografadas no processo de mineração por croudsourcing (recursos e trabalho colaborativo para o desenvolvimento de soluções e produtos) e são armazenadas em blockchains para futuras consultas e segurança de ambas as partes envolvidas em uma negociação.
É graças ao blockchain que não há a necessidade de intermediário nas transações com criptomoeda. Ele funciona como um gigantesco livro no qual são registradas todas as transações. As informações registradas nesse processo são compartilhadas com todos os integrantes do sistema, sendo definitivamente gravadas na cadeia de blocos.
No blockchain baseado em protocolo Bitcoin fica o resumo cronológico, encadeado, de todas as transações compiladas e validadas desde aquela primeira de 2009, lembra? De qualquer forma, trata-se de um banco de dados altamente seguro, fragmentado e restrito.
Em outras palavras, podemos comparar o blockchain a um livro de contabilidade de acesso aberto, descentralizado e distribuído, cujos registros são permanentes e verificáveis pela rede de usuário. Todos podem ver as transações feitas, mas ninguém pode alterá-las sem o consentimento da maioria.
Surgimento de outras moedas digitais
Existem outras moedas digitais, como o Dash, a Litecoin e a Ethereum — a mais valorizada desse grupo. Algumas moedas estão surgindo a todo vapor, sendo negociadas por milhares de usuários por alguns centavos, mas perfeitamente capazes de aumentar sua cotação de uma hora para outra.
Carteiras virtuais
Um Cryptocurrency Wallet — que é um aplicativo de software que armazena chaves privadas dos usuários (código que se parece com um PIN muito longo) — é onde todos os Bitcoins devem ser armazenados com segurança. Essas chaves privadas estão conectadas a chaves públicas (código novamente, mas o equivalente seria uma conta bancária).
A melhor maneira de entender como funciona uma criptowallet é pensar nisso, em termos semelhantes, como uma conexão segura entre o PIN de uma pessoa em sua conta bancária, o que permite que eles verifiquem saldos e façam pagamentos.
As carteiras virtuais servem para que você não deixe seu dinheiro na plataforma de compra, correndo o risco de ser hackeado. Basicamente, elas são uma forma muito segura de armazenar suas moedas.
Há carteiras em formato de software para computador, como a blockchain.info, e outras em formato de app — entre essas, a mais famosa e segura é o Bitcoin Wallet (talvez por ter sido a primeira).
Como os Bitcoins são nada mais do que códigos, é recomendado algum tipo de backup de suas moedas. Para isso, você pode usar um dispositivo físico de armazenamento como um pendrive ou um disco rígido.
Investimentos em Bitcoin
É possível adquirir Bitcoins por meio da mineração, conforme explicado, ou recebendo a moeda virtual como pagamento de algum serviço ou produto. Há também as casas de câmbio de Bitcoins onde se pode conseguir ou negociar moedas.
Investimentos em Bitcoins, por sua vez, ainda dependem da compra da moeda em casas de câmbio especializadas ou da compra de equipamentos próprios para mineração. Quem optar por esse tipo de investimento tem que levar em conta algumas questões:
- falta de regulamentação: é da própria concepção da moeda a ausência de regulação por governos ou autarquias. Tenha em mente que o Bitcoin não é ainda moeda oficial em nenhum país;
- moeda sem lastro: o Bitcoin é uma moeda sem lastro, isso quer dizer que não provê garantias, ou algo que oficialmente comprove o seu valor;
- volatilidade alta: a cotação do Bitcoin varia muito. Um exemplo de quando sua cotação despencou drasticamente foi há quatro anos, com o escândalo da então maior casa de câmbio de Bitcoin: a MtGox. Trata-se de um mercado que ainda está em processo de consolidação, portanto, ainda é arriscado investir.
Apesar de todos os itens citados, a cotação do Bitcoin está altíssima e subindo cada vez mais. Contudo, estamos falando de um investimento ainda muito arriscado pela alta volatilidade. Para ter segurança é preciso investir em Cryptocurrency Wallets muito bem avaliados e sistemas de backups robustos.
Há também diversos materiais informativos consistentes e gratuitos sobre como usar Bitcoins, faça uma extensiva pesquisa antes de se aventurar nesse novo mercado.
Pode ser que um dos Bitcoins substitua de fato as moedas oficiais dos países. Há especulações de toda sorte de que ele seja em um futuro não muito distante um tipo de moeda global, mas isso seria uma mudança radical na economia tal qual a concebemos hoje.
Esperamos que com a leitura deste post você possa estar mais perto de saber tudo sobre Bitcoin. Agora, o que acha de aproveitar a visita aqui no blog e assinar nossa newsletter? Assim você garante o recebimento de todas as nossas atualizações no seu e-mail em primeira mão!
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